OPINIÃO: A “nave” do prefeito Rogério Pacheco e o chororô do vice Edilson Massocco

LEANDRO RAMIRES

Jornalista e Doutor na área da comunicação; professor da Unipampa.
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Em tese, não vejo maiores problemas no fato de o prefeito de uma cidade rica como Concórdia ter um carro novo, moderno e seguro para seu deslocamento.
A polêmica que se viu (e se vê) nas redes sociais por conta da nova aquisição do Executivo Municipal reside sim é na incoerência e no chororô do vice-prefeito, Edilson Massocco.
Não tivesse Massocco feito toda uma celeuma quando da aquisição de um carro novo (metade do preço do adquirido agora) pela presidência da Câmara de Vereadores, a gritaria agora já teria minguado, morrido na casca, como se diz no jargão popular. Mas como o povo nem sempre é curto de memória, foi buscar lá nos arquivos das redes sociais o banzé feito pelo então vereador Massocco no decorrer da gestão anterior.
Resultado: fica feio (muito feio) o vice-prefeito se explicando (e tentando se justificar) agora, se antes, porque a gestão era outra (e o presidente da Câmara era seu adversário político), ele foi o primeiro a reclamar. Isso se chama (para ficar num termo educado) casuísmo político.
O povo reclama, primeiro, porque a incoerência não deve ser perdoada. Ainda mais quando vem de político, que o que mais sabe fazer, quando chega ao poder, é contradizer o discurso do passado. Segundo, porque é dever do povo reclamar quando as coisas não vão bem. E o que tenho ouvido do povo concordiense é que, em termos concretos, a atual administração, até agora, não mostrou a que veio. Fora a buraqueira (já antes agendada) por conta do saneamento básico, nenhuma obrinha sequer.
Tudo bem que são tempos de crise, mas, desconfio eu, repete a atual administração um velho vício dos políticos de antigamente, aquele de sentar no dinheiro e deixar as obras para o último ano de mandato, visando à reeleição. Essa é uma estratégia espúria, condenável e que deve ser denunciada.
Só carro novo (ainda mais quando se trata de uma “nave” – nas palavras do próprio Massocco) não promove mais saúde, educação, segurança e infraestrutura para o bem estar social. O bem de um (ou de dois) jamais será o da maioria.