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OPINIÃO: Alô, alô, Adélio Bispo, o Ibope quer saber quantos pontos vale uma facada

LEANDRO RAMIRES
 
Jornalista e Doutor na área da comunicação; professor da Unipampa. 
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ESCRITO POR LEANDRO RAMIRES – JORNALISTA
Bolsonaro e sua torcida estão comemorando. Como era esperado, uma facada, pelo menos do ponto de vista eleitoral, é positiva para a vítima. O candidato, apontam as pesquisas divulgadas nesta semana (BTG Pactual, Data Folha e Ibope), foi favorecido pela comoção popular e pela farta exposição midiática.
Se a intenção do tresloucado Adélio Bispo e seus patrocinadores (se é que existe alguém por trás do episódio) era tirar Bolsonaro do páreo, errou o pulo. Nesse quesito, a esquerda, ou o esquerdista autor do golpe, é incompetente até para dar facada. E o resultado é que, mais uma vez, Bolsonaro cresceu com uma pequena grande ajuda de seus inimigos. Digo mais uma vez porque, da vez anterior, a mídia, numa tentativa de desmoralizar o candidato com questionamentos que ele é especialista em debater e que os eleitores não suportam mais, foi quem meteu os pés pelas mãos.
Bolsonaro agora é dado como figura praticamente certa no segundo turno da eleição presidencial. Conforme as pesquisas indicam, vai ter sim segundo turno. O candidato, ao contrário do que afirmam seus filhos, não está com essa bola toda para se eleger já em 7 de outubro. A não ser que leve mais alguma facada ou outro golpe semelhante.
Com este cenário desenhado, a dúvida agora é quem vai para a disputa no segundo turno da eleição. O tucano Geraldo Alckmin, que apostava tudo em suas coligações duvidosas e no generoso tempo de que dispõe no horário eleitoral, mais uma vez está se revelando o verdadeiro “picolé de chuchu”, pálido, insosso e pouco convincente. Sem falar que sua propaganda, ainda que bem feita do ponto de vista estético, é um convite ao sono. Nesse quesito, a propaganda do PT é muito mais entusiasmada e emotiva e isso talvez explique o expressivo crescimento de Fernando Haddad, lançado candidato oficialmente nesta terça-feira, depois das tentativas frustradas do presidário Lula.
Não vamos estranhar se a disputa de segundo turno vier a ser entre Bolsonaro e Haddad. Ele e Ciro Gomes parecem, neste momento, ser os candidatos que reúnem o melhor potencial para disputar com o presidenciável do PSL. Marina Silva, como sempre acontece, derrete ao longo da campanha. E agora não está sendo diferente.
De qualquer forma, Alckmin, Marina, Ciro e Haddad vão travar uma batalha hercúlea para chegar lá. E daí em diante, quem terá que remar também é o próprio Bolsonaro. Todos os cenários, em todas as pesquisas, apontam que, no segundo turno, a conversa é outra. Se Bolsonaro tem um eleitorado fiel e consolidado, que até bate na casa dos 30%, sua expressiva rejeição é a pedra no sapato do candidato para ser bem sucedido no segundo momento. E aí sim vão valer os apoios dos candidatos derrotados, com a consequente transferências dos votos, o corpo a corpo na campanha, o desempenho nas entrevistas e debates ou quem sabe até uma nova facada pelo caminho.

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