SC – O deputado federal João Rodrigues está preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Há uma distância de 19 quilômetros entre a penitenciária e a Câmara Federal, onde ainda despacha, indiretamente.
Rodrigues foi condenado a cumprir pena em regime semi-aberto. Porém, está em regime fechado, por sua opção.
É que no regime semi-aberto, há um grande galpão onde se abrigam condenados por crimes diversos. Estupradores, assassinos. Dormem juntos.
No regime fechado, há uma cela segura.
João Rodrigues divide sua cela com cinco pessoas. Uma delas é o ex-senador Luiz Estevão, atual diretor da biblioteca da Papuda. Preso há algum tempo, tem ânimo forte e dá conselhos a Rodrigues. Conversam bastante.
Outro companheiro de cela é o deputado Celso Jacob, flagrado no ano passado, dentro da Papuda, com dois pacotes de biscoito e um de queijo provolone dentro da cueca.
João Rodrigues tem usado seu tempo para escrever e ler. Seus advogados podem falar com ele diariamente, através de um vidro. Às sextas, o deputado pode receber visitas internas.
Para as visitas internas, estão cadastrados sua mulher, Fabiana Matte Rodrigues, duas filhas, o chefe de gabinete e um primo que mora em Brasília.
Segundo Fabiana, a visita começa às 9h e vai até as 15h. Mas a demora na entrada leva duas horas, devido à revista íntima. Tem direito a bananas e maçãs trazidas pelas visitas. Uma vez por mês, pode receber roupas e sabonetes.
“Ele acredita na Justiça. Está ciente de que não é ladrão, não é bandido.”, acrescenta Fabiana.
Seu dia mais difícil foi o 23 de março, seu aniversário. Não havia bolo. Não havia vela. Havia uma filha, que lhe visitou. Ele tentou segurar as lágrimas. Entre João Rodrigues e Lula, há centenas de milhares de presos que choram. (Informações Diário Catarinense)