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Mãe denúncia professor por agressão a criança autista em escola de Piratuba

Piratuba -Na manhã da terça-feira (31), uma mãe procurou o conselho tutelar e relatou que o filho, um menino autista de nove anos, havia sido agredido por seu professor de educação física na segunda-feira, na Escola Municipal professora Amélia Poletto Hepp. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, que colheu o depoimento da mãe e das crianças e iniciou a investigação.
De acordo com a mãe, durante uma aula de educação física no ginásio de esportes, alunos gravaram um vídeo em que o professor empurrava a criança, proferindo gritos, xingamentos e agressões. Nesse momento, o aluno estava sem o cuidador (ou professor auxiliar), segundo relatos das meninas que gravaram o vídeo. O município de Piratuba, através da lei complementar nº 66/2015, garante a presença deste profissional para os alunos de determinadas deficiências.
As crianças teriam procurado uma pessoa da direção da escola para mostrar o vídeo e segundo elas, esta pessoa teria deletado ele de um tablet. O pai de uma das alunas envolvidas, ao tomar conhecimento do fato, teria procurado uma empresa especializada para recuperar o vídeo. Porém, uma cópia havia sido salva em um computador da escola. Essa cópia é a versão divulgada na internet.
A mãe disse que quer providências em relação ao afastamento e punição do professor. “Poucas pessoas entendem a gente e não sabem o que a gente passa com um filho autista. Eles precisam de carinho e não ser agredidos. A gente que é mãe fica com o coração destroçado ao saber que o filho foi agredido”, disse.
O menino não vai mais para a escola essa semana segundo a mãe. “Não é primeira vez que as agressões ocorreram, mas agora é que ficamos sabendo porque os colegas gravaram esse vídeo”, pontuou.
A mãe levou o filho na Delegacia na tarde desta terça-feira porque detectou hematomas no corpo do filho, em seguida, ele foi encaminhado pelo IGP de Joaçaba para exame de corpo de delito. O laudo sai nos próximos dias.
A escola possui sistema de imagens em todo o educandário, inclusive no ginásio onde teria acontecido a suposta agressão.
A VERSÃO DO PROFESSOR
Segundo o professor, no momento em que aconteceu o fato, a cuidadora responsável pelo menino não estava acompanhando o mesmo por estar envolvida em outras atividades. “O aluno é extremamente agressivo, apresenta transtorno opositor com muitos problemas de relacionamento e principalmente com colegas do sexo oposto”, disse.
Ele disse que precisou agir com firmeza, por que o aluno estava agredindo duas colegas com um objeto e estava muito nervoso e agressivo. Ao interferir, o menino teria revidado e enfrentado o professor, jogando-se no chão e negando-se a cumprir as ordens.
Em seguida, ele teria se dirigido a sala de materiais por livre inciativa e sentado no chão por alguns minutos. “Admito que revidei as ofensas verbais de forma ríspida e chutei os materiais que estavam no chão”, afirmou o professor no momento tenso do fato. “De forma alguma houve agressão com socos, tapas, ponta pés ou esganadura como já falaram”, finalizou. O professor disse que está à disposição para esclarecer todos os fatos.
A VERSÃO DA ESCOLA/SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Piratuba disse que “o fato está sendo apurado com total responsabilidade, sem levantar pré-julgamentos, apenas tratando com os fatos”.
Os esclarecimentos solicitados pelo Conselho Tutelar, incluindo documentação sobre o fato, o trabalho do cuidador, do professor e outros envolvidos, serão encaminhados.
“O professor foi afastado das suas funções por 60 dias e uma comissão de sindicância está sendo instalada para apurar os fatos”, divulgou a secretaria, e ainda, “que repudia qualquer tipo de violência, seja verbal ou física”.
O CONSELHO TUTELAR
O Conselho Tutelar de Piratuba passou toda a terça-feira trabalhando no caso. “Pedimos que a Secretaria de Educação nos repasse por escrito os acontecimentos e as providências adotadas. Precisamos nos inteirar do assunto e acompanhar esse caso bem de perto”.
O Conselho está preocupado porque as crianças relataram que temem represálias pelo fato de terem registrado a suposta agressão. Durante a gravação do vídeo (que está em nosso site), as falhas na gravação teriam acontecido justamente nos momentos em que elas temiam que o professor estivesse olhando.
Juntados os depoimentos e provas, a polícia deve encaminhar o caso para o Ministério Público.
(Fonte Magronada)

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