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Médico legista esclarece demora na liberação de corpo e cobra dos vereadores instalação de Serviço de Verificação de Óbito em Concórdia

Concórdia – O médico legista do IML de Concórdia, Ronaldo Freitas, divulgou ao jornalismo da Atual FM na manhã desta terça-feira, dia 14, uma nota de esclarecimento após a manifestação de alguns vereadores sobre a demora na liberação de um corpo na semana passada. O corpo de um homem foi encaminhado ao IML de Concórdia durante a madrugada, depois da confirmação do óbito no Hospital São Francisco.
Na nota, o médico faz esclarecimentos sobre a necropsia e também cobra a instalação do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em Concórdia. Ronaldo Freitas disse que o IML tem a função de realizar necropsia em caso de morte suspeita ou violenta, sendo que nesse caso específico não seria a atribuição do IML os levantamentos. Apesar disso, o corpo foi levado ao IML e o trabalho realizado.
O médico lamenta a atitude de alguns vereadores e reclama que a estrutura do IML de Concórdia é “precária” e com os servidores trabalhando no limite “físico e mental”. Mesmo assim, todos se esforçam para atender da melhor forma a população da região. Ele lembra ainda que eventualmente ainda é necessário atender e dar cobertura para outras regiões.
ESCLARECIMENTO (nota na íntegra)
Como perito, médico legista, servidor público estadual, lotado neste município, venho me manifestar para real esclarecimento dos fatos ocorridos na última semana.
Em respeito ao cidadão falecido e aos familiares, pois entendo o momento de profunda dor e sofrimento da perda de um ente querido com idade jovem e de forma repentina.
Mas quando alguns vereadores deste município, eleitos para representarem nossos cidadãos, sem conhecimento dos fatos vem a público se manifestar e prestam um verdadeiro desserviço a sociedade, é necessário fazer algumas considerações.
O Instituto Médico Legal (IML) que é um setor do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Santa Catarina, dentre outras funções, tem por ofício a apurar os casos de morte violenta, acidental e suspeita. Neste caso citado, o cidadão teve um mal súbito, foi atendido pelo Bombeiro Voluntário e chegou a ser levado para atendimento no Hospital São Francisco de Concórdia. O óbito ocorreu no hospital.
Qualquer pessoa com um mínimo de esclarecimento, vai entender que trata-se de uma morte natural. Há quem diga que pode ser “suspeita”.
Como é morte suspeita se não há indícios de crime?
Para estes casos existe, pela lei, o Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), normalmente desempenhado por médico patologista e servidores municipais.
Se os nobres edis, que prontamente se manifestaram falando mal de um servidor, denegrindo a imagem de todos, não apenas do IGP de Concórdia, querem que nosso município siga sendo uma das melhores cidades para se viver no Brasil, que trabalhem em favor do bem comum e ajudem a instalar o SVO em Concórdia.
Os servidores que trabalham nesta unidade encontram-se no limite físico e mental. A estrutura é precária e o número de servidores é insuficiente. Estamos sem perito criminal e o Estado sem verba para contratação. No entanto, o número de queixas é baixo, referente ao atendimento prestado pelos profissionais que se esforçam ao máximo para garantir um atendimento à população. Eventualmente, ainda temos que dar cobertura para outras regiões.
Por fim, o no intuito de seguir em frente, esclareço que o IML não pode ser o local em que o Delegado envia o cidadão para saber se faleceu de derrame ou infarto, ou para esclarecer o médico sobre o preenchimento da Declaração de Óbito, ou mesmo por solicitação particular dos familiares.
Dr. Ronaldo Freitas
Médico Legisla/IGP-SC
Concórdia, dia 14 de maio de 2019

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