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ALEX PACHECO |
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POR ALEX PACHECO: O Ministério da Agricultura me parece que deu um tiro no pé ao proibir a venda de carne de frango de algumas companhias do Brasil para a União Europeia, após a operação Carne Fraca da Polícia Federal. Nesta semana, depois de fazer a defesa das agroindústrias do Brasil no exterior o Ministério da Agricultura suspendeu o embargo, mas para vender novamente ao mercado europeu seria necessário o crivo final da própria União Europeia – que manteve o comércio proibido.
A proibição imposta pelo próprio Governo Federal teve um efeito contrário no mercado internacional, na minha visão. Talvez não foi a medida mais adequada embargar as plantas logo depois da operação Carne Fraca.
O Ministério da Agricultura tentou mostrar trabalho e controle da situação, mas não imaginava que o mercado internacional iria entender de outra forma. Talvez a visão deles lá fora foi que a situação era tão grave que fez o próprio Governo Federal embargar as plantas envolvidas na operação da Polícia Federal.
Entendo, que nem tudo está perdido e o status sanitário do Brasil ainda pode ser referência no mercado mundial, sobretudo em Santa Catarina onde somos livres de aftosa sem vacinação.
Mas nesse emaranhado de possibilidades que envolve os negócios com o mercado internacional é preciso dar um percentual da culpa também as agroindústrias. Sabemos do controle rigoroso na questão sanitária, mas foram as próprias companhias que optarem em seguir por rumos perigosos. Enfim, alguém falhou internamente.
Para empresas que cobram tanto dos agricultores e funcionários é preciso fazer o dever de casa. Os fatos apurados pela Polícia Federal não são recentes, já que a investigação estava ocorrendo há alguns anos, mas as agroindústrias precisam colocar em prática o que tanto cobram dos produtores quando o quesito é qualidade.
Nesse momento, o mercado internacional aproveita as fraquezas do Brasil para “barganhar” mais descontos e desvalorizar a produção de frangos.