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Acne na adolescência. Causas e tratamentos

A adolescência é desafiadora para muitos jovens, mesmo nas melhores circunstâncias, mas se, além disso, o rosto que mostram ao mundo está arruinado por acnes protuberantes, os estresses emocionais e sociais corriqueiros dessa fase podem ser muito mais difíceis de suportar.
Como a doutora Andrea L. Zaenglein, professora de dermatologia e pediatria da Universidade Estadual da Pensilvânia, relatou recentemente na revista “The New England Journal of Medicine”:

“Os efeitos psicológicos da acne podem ser profundos, e pessoas nessa situação correm o risco de sofrer consequências significativas e negativas na qualidade de vida.”

Em uma entrevista, a médica afirmou:

“As espinhas afetam a percepção do adolescente sobre si mesmo e podem aumentar o risco de depressão, ansiedade e isolamento social. A acne é muito visível – o rosto é a primeira coisa que as pessoas veem. Não é algo que pode ser escondido com facilidade. Mas, mesmo assim, nem sempre os filhos dizem aos pais quanto a acne os afeta.”

Um complicador são os muitos mitos e enganos sobre o que causa a acne e a falta de conhecimento generalizada sobre a eficácia dos tratamentos médicos modernos para controlá-la.
Exorbitantes 85% dos adolescentes são acometidos em algum grau. Apesar de a maioria dos casos ser leve e responder a remédios comuns, há outros mais severos, duradouros e que demandam tratamento profissional; quanto antes, melhor. Especialistas dizem que muito frequentemente a intervenção é adiada, resultando em uma angústia social persistente e cicatrizes irreversíveis que podem demandar cirurgia cosmética, a qual não é coberta pelo seguro-saúde.
A busca pelo tratamento apropriado é normalmente protelada quando as pessoas acreditam que logo tudo vai melhorar, mas Zaenglein alerta:

“A acne pode demorar muitos anos para concluir seu ciclo. E as mulheres podem ser atormentadas por ela também na fase adulta.” Por razões ainda desconhecidas, dermatologistas estão observando um aumento de acne persistente em mulheres adultas, esclareceu Dellavalle.

A acne é uma doença da unidade pilossebácea. Traduzindo: a haste do pelo, o folículo e a glândula sebácea. Sob a influência dos hormônios da adolescência, as glândulas aumentam a produção de uma substância oleosa chamada sebo, que, normalmente, lubrifica a pele. O sebo é fonte de alimento de uma bactéria chamada Cutibacterium acnes (também conhecida como Propionibacterium acnes), que mora na pele. À medida que essas bactérias proliferam, elas atraem células brancas do sangue que podem danificar as paredes do folículo, formando detritos e células mortas que causam espinhas e, às vezes, pústulas. Os folículos podem também ficar obstruídos, levando à formação de pontos pretos ou brancos.
A influência da alimentação é controversa, em sua maior parte teórica e difícil de testar. Estudos globais sugerem que uma dieta com altos níveis de glicemia – ou seja, rica em carboidratos e açúcares refinados – pode promover a acne, assim como outras doenças ocidentais comuns. Uma dieta de índice glicêmico baixo, rica em grãos integrais e legumes, aparentemente alivia a propensão a acnes em adolescentes, além de “ser um ótimo conselho médico para todo mundo”, afirmou Dellavalle. A acne é virtualmente desconhecida em populações que consomem esse tipo de dieta.

Mais importante do que restringir a alimentação é obter o tratamento apropriado. A maioria dos casos leves responde bem a remédios comuns, como o peróxido de benzoílo, que mata a bactéria causadora da acne. Normalmente, é usado em combinação com o gel de adapaleno, um retinoide tópico agora vendido sem prescrição com o nome Differin. Entretanto, Zaenglein não aconselha “ficar experimentando remédios comuns se a acne for extensa ou severa. É melhor procurar tratamento profissional imediato para prevenir cicatrizes”.
Antibióticos também são eficazes, mas, para evitar que a bactéria crie resistência, devem ser usados apenas por alguns meses como “terapia de resgate até que o tratamento tópico comece a fazer efeito”, complementou Zaenglein.
Um dos aspectos mais árduos do tratamento da acne é a falta de comprometimento – ou seja, fazer com que os adolescentes sigam de forma consistente a terapia determinada. Quanto mais simples a rotina, melhor, aconselhou Zaenglein. Ela recomenda manter o remédio perto da escova de dentes para garantir que seja tomado. Mas o mais importante, ensinou, é “ser paciente – pode levar de seis a oito semanas de tratamento contínuo para notar alguma melhora”.
Especialista explica como é possível evitar as manchas de acne
É muito comum que lesões de acne, ao melhorarem da inflamação, deixem na pele uma hiperpigmentação residual.

“Para evitar esse tipo de reação é preciso higienizar a pele diariamente, usar esfoliantes, ácidos e produtos que diminuam a proliferação da bactéria e a hiperqueratinização folicular – que bloqueia o folículo e a glândula sebácea, levando ao cravo e, em seguida, à espinha”, recomendou, indicando que os responsáveis pelo jovem acompanhem o tratamento para que se obtenha sucesso nos resultados.

 

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