Logo penso que a criança de 40 dias que teve morte cerebral veio ao mundo para salvar outras vidas

A vida profissional de um jornalista que cobre diariamente fatos dos mais variados segmentos é, sem dúvida, imprevisível. Muitas vezes, nos deparamos com situações de muita alegria. Outras vezes, com situações tristes. No caso de um repórter que atua na área de segurança pública os fatos tristes são mais evidentes.
Há cerca de uma semana, acompanhei uma ocorrência onde um bebê nascido há pouco mais de 30 dias sofreu parada cardiorrespiratória por conta da obstrução das vias respiratórias durante a amamentação. Infelizmente essa criança evoluiu para morte cerebral, diagnosticada nesta terça-feira, dia 7, pela equipe médica do HSF.
Aqui falo como pai, e não como repórter. Esse sentimento triste que está dentro de mim, acredito que seja o mesmo sentido por todos que estão na condição de pai ou mãe quando se depara com uma notícia desta magnitude. Apesar da passagem para outro plano espiritual ser um evento natural, não estamos preparados para isso.
Me coloco no lugar desta família e sei que o sentimento de impotência diante dessa situação atormenta aqueles corações. E, embora não os conhecendo pessoalmente, digo aqui que sou honrado pela vida desses pais. Pois pensar na vida do próximo, num momento da perda de um filho, é grandioso. É divino. É a mão do Grande Mestre agindo.
E logo penso que essa criança já cumpriu sua missão neste plano – a de vir ao mundo para salvar outras vidas. Que esse ato nobre sirva como exemplo para todos!