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Parentalidade consciente – Entendendo melhor nossas ações como pais

Imagine a seguinte situação: você vai fazer a adaptação do seu filho na escola. Ele chora e você fica em frangalhos, sem conseguir entender por que sente-se tão mal em deixa-lo por lá. O que será que houve?
Agora, você está em casa, seguindo a rotina do dia. Logo, seu pequeno inicia um conflito, negando-se a cumprir o combinado de recolher os brinquedos espalhados pela sala. Em 2 minutos, você está gritando descontroladamente com ele. Quando se dá conta da sua reação, você sente vergonha e culpa.

Por que isso acontece?
As reações que você tem costumam ser baseadas naquilo que você já sentiu e nas experiências que teve ao longo da sua própria vida. Se você se sente desconfortável em deixar seu filho chorando na escola, é possível que seus pais saíssem de fininho quando você era criança, para não vê-la chorar. E quando faziam isso, sem saber, acabaram gerando em você um sentimento de insegurança. Afinal, você ficava sem saber o que tinha acontecido. Uma hora eles estavam ali, em um segundo não estavam mais.
Pois bem, você cresceu e esqueceu de tudo isso. Mas aquele sentimento ficou guardado em uma caixinha na sua mente. De repente, quando seu filho chora em uma despedida, tudo vem à tona. Só de ouvir o choro dele você já fica desconfortável.
Quando você era pequena e tentava se expressar, quase sempre não era escutada. Por não ser ouvida, tinha comportamentos que desafiavam seus pais. Então talvez eles gritassem, como uma forma de interromper seu comportamento. Você cresceu e tudo isso ficou guardado em você. Hoje, quando seu filho faz algo que você não gosta, a sua reação também é gritar. Por que você age assim? Porque trazemos dentro de nós um modelo mental baseado na reação e não no desenvolvimento de pensar antes de agir.
Dessa forma, quando os filhos fazem algo que desagrada ou está fora das regras, ficamos bravos, frustrados ou até mesmo furiosos. E permitimos, então, que nossas emoções tomem conta do nosso sistema inteiro e passamos a agir no “piloto automático”.

O que propõe a parentalidade consciente
Parentalidade consciente significa compreender porque fazemos o que fazemos e quebrar um ciclo de padrões repetitivos. Estamos tão condicionados a pregar sermões, gritar para sermos escutados, punir para interromper algo que não gostamos, que esquecemo-nos o quão dolorido todas essas coisas podem ser para um ser humano. Trata-se de tomar consciência das nossas dores, angústias, medos e alegrias, para então compreender o que é necessário fazer para agir diferente.
Mas, parentalidade consciente também significa compreender que o filho não é o seu “mini-eu”. Ou seja, não é alguém que veio ao mundo para realizar os seus sonhos. Parafraseando Shefali Tsabary, filhos são espíritos que palpitam com sua própria marca registrada. Por isso, é importante separar quem você é de quem o seu filho é.

Filho não é propriedade
Convencidos das melhores intenções de tornar nossos filhos seres responsáveis e capazes de lidarem com o mundo quando se tornarem adultos, acabamos impondo a eles nossa agenda. E esquecemos, muitas vezes, de olhar para aquilo que faz sentido para eles. Isto é, o que faz os seus corações pulsarem. Não nos damos conta que, quando impomos nosso modo de ver o mundo aos nossos filhos, estamos também limitando seus espíritos.
Parentalidade consciente é primeiro perceber e aceitar a si próprio, para depois olhar o outro. É também ir abrindo as caixinhas de memórias e emoções que deixamos fechadas por muito tempo, e olhar o que temos dentro. Significa sentir, ressignificar vivências e memórias.
Dessa forma, conseguiremos parar de reagir aos comportamentos dos nossos filhos para agirmos com consciência. Trata-se de escutar nossos filhos, honrar quem eles são, estar presentes na sua vida e também dar-lhes limites e disciplina de forma respeitosa.
A parentalidade consciente é um processo, um caminho a ser trilhado. Mesmo quando precisamos disciplinar nossos filhos, a consciência nos mostra como fazer de um jeito leve, de modo que fortaleça nossos filhos, ao invés de enfraquecê-los.
 
Fonte: Blog da Leiturinha

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